quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Alto Paraíso é a chance de escapar do "fim do mundo''

Alto Paraíso é a chance de escapar do "fim do mundo"
Cidade de Goiás vive da fama de ser o único lugar seguro no dia 21 de dezembro, data ‘oficial’ da última catástrofe do planeta Goiás - ‘E se não sair mais água da torneira? E se acabar a comida? O que o povo vai fazer além de enlouquecer e ficar violento?”. Os questionamentos apocalípticos são do alemão Christof Rabanus, um dos moradores de Alto Paraíso que acreditam no iminente fim do mundo. “Melhor se precaver”, diz, mostrando o estoque de alimentos como feijão, grão-de-bico e arroz em garrafas pet em sua fazenda na cidade goiana. Christof, que é analista, não está sozinho. Por “fim do mundo” entenda-se o fruto da crença de milhares de pessoas num possível colapso mundial que aconteceria no dia 21 de dezembro de 2012. Essa teoria partiu de uma interpretação do calendário Maia, que não teria continuidade após essa data.
Desde a década de 50, inúmeros movimentos esotéricos se instalaram na região atraídos pela fama do local de ser energético (a cidade tem um imenso lençol subterrâneo de cristais) e estar situado no Paralelo 14, o mesmo de Machu Picchu, no Peru, e de outras cidades ‘sagradas’. Além disso, a altitude superior a 1.600 metros tornaria a localidade menos vulnerável a enchentes e possíveis catástrofes climáticas. A crença gerou para Alto Paraíso, que fica a 230 quilômetros de Brasília, uma espécie de “turismo do fim do mundo”. A região está cada vez mais cheia, especialmente de estrangeiros que acreditam, no mínimo, em uma mudança drástica em dezembro. Festa rave com palestras, show com cover de Raul Seixas e meditação à espera de uma nave no Morro da Baleia. Muitas são as opções para quem passar o dia 21 de dezembro de 2012 em Alto Paraíso, de pouco mais de sete mil habitantes. O prefeito Alan Barbosa, que foi reeleito e vê com simpatia a fama do lugar, já tem resposta pronta quando lhe perguntam se acredita no fim do mundo no dia 21 de dezembro: “Se eu acreditasse, não teria concorrido.”
A paulista Ana Maria abriu uma pizzaria, mas não acredita muito na lenda | Foto: Roberval Pereira / iG Nave espacial "deu o cano" Assim como o analista alemão Christof Rabanus, a empresária Ana Maria da Silva, dona da Pizzaria 2012, descreve a sensação de magnetismo que a fez largar a carreira de engenheira em São Paulo para viver no interior de Goiás. Ela esteve pela primeira vez em Alto Paraíso pouco antes da virada do milênio. “Uma amiga me disse que havia um local em que eu poderia levitar se entoasse o mantra indiano ‘om’. Fiz o ‘om’ agudo, grave, de tudo que era jeito, e nada!”, conta agora, às gargalhadas. Ana Maria conheceu um grupo que acreditava que uma nave viria buscá-los às 15h de uma tarde de dezembro de 1999. Cerca de 100 pessoas levaram garrafinhas d’água e passaram o dia meditando no Morro da Baleia, um dos pontos considerados “especiais” na cidade. “A nave deu o cano. Voltamos desiludidos, mas felizes porque o mundo não acabou”, lembra a ex-engenheira. Apesar da decepção, a empresária se encantou com o local. “Ainda antes da virada do ano, aluguei um ponto comercial na região. Então fui para São Paulo e voltei com um pizzaiolo. Pensei: ‘Se o mundo vai acabar, tem que acabar em pizza’”, conta. O restaurante, que hoje se chama Pizzaria 2012, na época levava o nome de Pizzaria 2000. Como o mundo não acabou, o nome do lugar mudou. As informações são da repórter Priscila Bessa, do iG
fonte:http://odia.ig.com.br/portal/brasil/alto-para%C3%ADso-%C3%A9-a-chance-de-escapar-do-fim-do-mundo-1.509416